Eu defendo e sou a favor da troca de músicas pela internet.
Não vejo razão nos artistas que esgoelam contra o compartilhamento, a favor do moribundo Compact Disc, uma das maiores aberrações do mercado fonográfico na história.
Aberração que durou 20 anos, mesmo que quase nenhum CD tenha durado todo este tempo para contar a história, já que são feitos de um material sensível, desde a caixa até o disco.
Nada é melhor do que poder ouvir novas e boas músicas sem o controle da indústria e do mercado, baixar, trocar, distribuir músicas de qualidade, para um público muito maior, mais inteligente, mais espontâneo.
Pena que nem todo mundo pense assim. Sorte nossa que bandas como Radiohead pensam.
Mas um dos maiores produtores da música atual, Brian Eno, deu a seguinte declaração, copiada do blog Ilustrada no Pop:
“Eu acho que os discos foram apenas uma pequena bolha no tempo, e aqueles que conseguiram viver deles por um tempo tiveram sorte. Não há razão por que alguém deveria ter conseguido tanto dinheiro com a venda de discos, só o fato de que tudo deu certo nesse período específico de tempo. Sempre soube que isso se esgotaria cedo ou tarde. Não poderia durar, e agora está se esgotando. Particularmente, não me importo que esteja, gosto do jeito como as coisas estão acontecendo. A era dos discos foi apenas uma piscadela. Era mais ou menos como se você tivesse uma fonte de gordura de baleia nos anos 1840 e ela pudesse ser usada como combustível. Antes de surgir a gasolina, se você negociava gordura de baleia, você era o homem mais rico da Terra. Aí a gasolina apareceu e você ficou encalhado com sua gordura de baleia. Sinto muito, companheiro – a história não para. Música gravada é igual à gordura de baleia. Eventualmente, algo vai substituí-la.”
Brian Eno, em boa entrevista ao “Guardian”.